Friday, November 24, 2006

chile- parte V






No terceiro dia voltei a punta de lobos. O mar já tinha caido um bocadinho, estava glass, céu azul e ondas de 3 metros lá fora e com metro e meio, dois, na secção mais à frente. Quando lá cheguei pela manhã não estava lá ninguem a surfar.Dois dias antes já me tinha apercebido que o problema é que é realmente dificil entrar directamente para a secção do meio. Os locais saltam todos lá à frente junto aos môrros, mesmo de frente para o cacete, e eu já ali tinha presenciado situações no minimo caricatas, do género, gajos a saltar lá à frente e virem a enfardar até ao inside. Pronto, aquilo não era para mim. Assim sendo, meti o rabo entre as pernas e fui tentar entrar mais no inside onde as ondas eram igualmente boas,mais saudáveis ( pequenas ), e dali talvez conseguisse chegar à secção do meio. Tá bem... quanto mais dentro da baia estava, mais corrente havia, e tentar chegar a remar até à famosa secção do meio era quase impossivel, quando lá chegasse já devia ser de noite. Pronto, apanhei umas no inside, levei com outras na cabeça e vim-me embora. Sinceramente estava altamente angustiado com a situação. O mar estava de gala e eu não arranjava maneira de lá chegar. A seguir ao almoço estava eu e a mada na areia preta da praia, ela a ler e eu a curtir a minha angústia, quando aparecem dois meus de fato vestido e pranchinhas pequenas. Meteram conversa e perguntaram se eu não queria entrar com eles visto não estar lá mais ninguem. Tinham os dois pranchas pequenas (nada daquelas guns com que eu via os locais a entrar lá à frente),um deles com o fato todo rôto, e eu pensei: estes men's devem ser cá dos meus e devem conhecer um sitio para saltar lá para dentro sem grandes stresses, por isso, vesti a fatocha e fizémo-nos ao caminho. Á medida que iamos avançando pelos penhascos entre os cactos, comecei a aperceber-me que afinal iamos entrar mesmo lá à frente. Bem, agora não podia dar parte fraca, engoli em seco e continuei. Quando chegámos à ponta da baia a situação era muito mais dramática do que eu imaginava. As ondas vistas daqui pareciam bem maiores,e a missão era a seguinte. Passo 1 -Passar um "rio" de 20 metros de largura com uma corrente animal, algas gigantes e espumaços javardos, acertar entre dois calhaus do outro lado, largar a prancha e trepar para a ilha onde estão os dois morros. Passo 2 - Passar entre os môrros, esperar que o set passe, saltar lá para dentro com um timing perfeito e remar como nunca remaste. O passo 1 já tinha sido hardcore, mas depois já em cima da ilha, estou eu ali com dois gajos que não conheço de lado nenhum, com ondas de sei lá que tamanho a explodirem contra os môrros, e um silencio sepulcral. Eu olhava para eles concentradissimos na situação, e com um ar muito pouco à vontade, o que me deixava ainda mais borrado de medo. De repente, houve uma aberta, começamos a correr em cima da lage para saltarmos lá para dentro. O sitio de onde se saltava era minimo, tinha que ser um gajo de cada vez. Eles entraram, e eu fiquei agarrado lá em cima, sozinho!! Pronto, agora nem para a frente nem para trás. Passaram mais uns sets e finalmente lá tive a minha oportunidade. Corri que nem um louco, atirei-me, remei que nem um cão, e cheguei são e salvo ao lineup, onde já estavam os dois chilenos. Daqui as ondas ainda pareciam maiores. Aliás, eu nunca tinha estado dentro de água com cacetes deste tamanho e com este power muito menos. O chileno mais avariado dizia que a melhor maneira para apanhar uma onda daquelas era deixá-la rebentar na primeira seção, e tentar levar com o rabinho da espuma pelas costas...yá, yá!! por ali fiquei, no canal a ver aquela verdadeira javardisse de ondas a passar, até que depois de algumas tentativas de me aproximar, resolvi que o melhor era mesmo deixar-me de tangas e remar um bocadinho para dentro até à famosa secção do meio, onde nem por acaso, apanhei as melhores esquerdas da viagem ( da vida?!? ) e onde este pesadelo se transformou numa surfada do melhor e para recordar. ps- Quando revelei os rõlos de slides da viagem, o deste dia maravilhoso estáva todo queimado. Não sei se fui eu com algum excesso de pica que fiz merda, se foi a mada com algum excesso de zelo que mexeu onde não devia, ou ainda se foram os grandes p@€#"* da fnac que alem de me terem riscado os rôlos durante a revelação ainda conseguiram queimar esta tanga. Vá lá que ainda consegui salvar algumas com o bendito photoshop. Ficaram com um aspecto antigo mas curtido acho eu.. Fotos de cima para baixo - o pico ; a secção do meio ; a ilha dos môrros e dos nós na garganta ; um sabonete (que entrou depois para a secção) do meio numa alta onda.

8 comments:

Anonymous said...

red COLD chili peppers auuuuuuu!

Anonymous said...

red COLD chili peppers auuuuuuu!

Anonymous said...

as fotos estão altamente.

zamot said...

daaasssss|

Anonymous said...

A onda do sabonete é a melhor,

Granda Sabonete,

Mas também... GRANDA BIRD!!!!

Anonymous said...

Tá bem tá, ficas-te mas zé a dormitar e depois dás-nos a tanga que foste lá apanhar uns rabinhos de esquerda.

Sítio à maneira do mais belo e agressivo que há, é do tipo daquelas que não fazem a barba tá a ver...

ze bird said...

???....

Pedro Ferro said...

Encontrei o teu blog um pouco ao acaso e já o pus nos favoritos...

Estas histórias na primeira pessoa e sem grandes vedetas dão-me sempre mais pica de uma qq história de prós publicada numa revista.

As fotos apesar dos precalços têm uma qq onda mística, tal como tu disseste aparentam ser mais antigas.

Gostei do teu blog, mas parece-me q apenas ainda arranhei a superfície...

Deixo tb aqui o convite p visitarem o meu: http://almasalgada.blogspot.com