Wednesday, June 25, 2008
As romarias ao sul já começaram há algum tempo, mas verdade seja dita que em termos surfisticos têm sido pouco mais que fixes...estas nortadas não dão descanso. Mas nem só de surf vive o surfista, e estes fins de tarde ao som das músicas de intervenção do mestre Catarino, na companhia dos melhores amigos que se arranja por aí, e com meio metros onshore no bucho são pouco mais que inesqueciveis. principio de junho de 2008 a sul.
Tuesday, June 24, 2008
O Tiago, editor da splash mag, revista de surf dos algarves, convidou-me e proporcionou-me uma oportunidade para ilustrar um texto à maneira, do Joaquim Fonseca. Cá vai o resultado e um abraço para o Tiago pelo bom trabalho e outro para o Joaquim pelo texto mesmo fixe, do qual eu não podia estar mais de acordo. Além de ser um surfista paparuco, também sou agricultor paparuco. Lá no quintal tenho uma horta onde planto cebolas couves, tomates e o que der, e até, com a ajuda dos "locals" da santa terrinha e da Mada, construi-mos um tanque para aproveitar as águas da chuva. A verdade é que plantar uma horta e ver as coisas a crescer até se tornarem alimento, pode dar quase tanta pica como uma manhã de glass e pouco crowd... ainda hoje apanhei uma alface.
segue-se a história do joaquim, "a àrvore do surf"
Eu não devia ter mais de 5 anos e um mundo de sonhos e descobertas pela frente. Cresci até à minha adolescência sempre muito ligado ao campo já que os meus pais possuíam uma casa e meia dúzia de terrenos onde eu acabei por passar grande parte do meu tempo, não só em lazer mas também (se calhar até principalmente) a ajudar em certas tarefas sazonais como a apanha da alfarroba, da azeitona e da amêndoa. O campo não tinha para mim mistérios. Já o mar, longe que estava, sempre inspirou em mim outros sonhos e inquietudes, curiosamente e amiúde em relação com o espaço que eu mais normalmente frequentava.
Quem não conhece a experiência da vida no campo, não sabe da vida metade. Pelo menos é a minha opinião. O campo tem tudo o que é mais natural e próximo da natureza humana – o contacto com a terra e a sua capacidade de nos fornecer alimentos fazem-nos aproximar da nossa natureza mais longínqua de animal nómada e recolector. No entanto, acho que não pensava muito nisto, pelo menos conscientemente naquela altura, até porque a minha relação com as tais tarefas sazonais não era compreensivelmente a melhor, mais interessado que estava em procurar e descobrir novos espaços para as minhas brincadeiras de criança. Até aqui eu acabo de identificar mais uma possível comparação com o surf – a procura e descoberta de novos espaços para brincar tal como procuramos novas praias para surfar. Era nisto que consistia o meu fascínio pelo campo - o conceito da aventura, da descoberta e de toda uma imaginação ligada a certos espaços, como por exemplo um caminho de cabras mais bucólico ou uma árvore mais alta e difícil de trepar.
De todas estas recordações guardo uma em especial. Uma velha alfarrobeira cujo tronco principal teria tombado e ficado horizontalmente suspenso a cerca de um metro do chão, para onde eu subia, me sentava e me imaginava então num barco navegando por entre as águas e ondas revoltas de um mar de fenos, ervas altas e outros pequenos arbustos que me tocavam na ponta dos pés. Como o tal tronco balançava um bocado e fazia barulho não me era difícil imaginar que estava de facto no mar onde sucediam uma série de aventuras. Ora esta fértil imaginação que conseguia reproduzir o mar em pleno campo, e fazer de um tronco de uma árvore um enorme barco é hoje para mim qualquer coisa de fascinante.
Não foram também poucas as vezes em que de noite sonhava que o mar tinha avançado desde a costa e chegado até “à porta” minha casa (sonhos estes em que acordava de manhã e indo assomar-me à janela verificava num misto de espanto e alegria que vivia agora de frente para o mar). Tudo isto me faz questionar o porquê deste meu fascínio quase fetiche sobre a relação mar/campo que me fazia sonhar frequentemente com acontecimentos deste tipo. Será que o lado mais protector do campo, sendo um espaço mais fechado me abstrai de algum complexo de insegurança que sinto relativamente ao mar? Não faço a mínima ideia mas o que é facto é que há qualquer coisa de extremamente atraente no campo nesta relação cujo paralelo real será talvez uma experiência de surf no rio amazonas. Por outro lado, é de notar que à medida que crescemos e como em quase tudo na vida, os nossos sonhos mais abstractos se desvanecem para dar lugar a uma visão mais objectiva, concreta e redutora das coisas. No fundo, tal como acontece com a nossa visão do surf que cresce cheia de sonhos e descobertas e acaba porventura frustrada (pelo excesso de crowd, pelo pouco tempo para surfar ou pela nossa pouca habilidade dentro de água…)
Numa altura em que grande parte de nós deixa de saber apreciar a beleza intrínseca das coisas para atribuir um valor exagerado a questões mais técnicas e superficiais do surf como a performance, o equipamento, a competição entre companheiros de ondas, o tamanho das ondas que se surfa ou o próprio crowd, é altura de voltar um pouco atrás e pensar que as ondas boas e o bom surf é onde o homem quiser, até mesmo numa praia sem ondas, é tudo uma questão de atitude e imaginação.
Thursday, June 19, 2008
Enxurrada de fótos para matar saudades e comemorar os dois anos do tubus-erectus, como diz o cobilhas. Realmente dá tusa ver estas imagens deste inverno maravilhoso, à beira mar ali mesmo na santa terrinha, e faz-me lembrar que já está na hora de organizar outro campeonato, daqueles só para locals pois claro, para ver se o tempo passa mais depressa porque ondas destas agora só lá para setembro e é se tivermos sorte.Viva o Buraco!!
Todas as fotos retiradas dos winter session movies do zé fritz, desde buracada da grossa, a zé barrote momentos antes do papel do dia,passando por bottons do homem aranda a rir, e ainda do fritz a afagar o glass, acabando na ultima mega board shapada pelo lacs e desenhada pelo lucas que nem por acaso é o seu feliz proprietario.
Friday, June 06, 2008
Monday, June 02, 2008
Queria só abrir aqui uns parêntesis para convidar os meus amigos caveiras, os buraco locals clientes habituais aqui da chafarica e paredenses em geral, a irem beber um copo ao SARGO na praia da Parede, na quinta feira, 5, ao fim da tarde, para celebrarem connosco o lançamento (isto é uma expressão..nada de atirar livros ao mar) de mais três livros do planeta tangerina... lá pelo meio de tantas páginas vão poder encontrar imagens que vos são próximas porque até quando trabalho eu não consigo deixar o surf em casa. Não é preciso ir de paletó mas as miúdas podem ir de bikini.
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